====================================================================================
Eu me chamo André Felipe e o relato que vou contar aconteceu por volta de
1992 em uma cidade no interior do Rio de Janeiro.
Eu fui visitar uns parentes em um sítio em na cidade de Miguel Pereira, no interior do Estado do Rio de Janeiro [Coordenadas GPS: Latitude / Longitude = 22°27'15.9"S 43°28'11.7"W].
Era um final de semana
prolongado no qual achava que iria aproveitar bastante.
Minha tia tinha dito para mim que o sítio havia sido vendido de "porteira
fechada" ou seja, com o que tinha dentro, o que eu achei bastante estranho pelo
fato de que ele foi vendido por um valor pequeno demais pelo tamanho da
propriedade, por ser num lugar bastante tranqüilo e por não haver vizinhos à
quilômetros em qualquer direção para encher a paciência.
O sitio pertenceu a um ex-diretor de uma grande empresa de comunicação, que era
espírita e homossexual e vivia nele com um "namorado".
O ex-proprietário tinha morrido no ano
anterior e o "namorado" tratou de vendê-lo o mais rápido possível e nunca mais
deu as caras.
Lá tinha um jardim bastante interessante que possuía uma grande variedade de plantas com
estatuetas dos sete anões espalhadas por ele, um riacho que passava próximo a
casa e em volta da casa havia uma vala com água.
O 2º andar dela servia como centro espírita e para se subir nele
tinha que utilizar uma escada de madeira que ficava encostada à parede pois não
havia outro meio.
O meu 1º dia nesta casa foi uma experiência assustadora, pois logo ao chegar me
senti mal, como se ali tivesse algo muito ruim.
Eu dormi (ou tentei) no 2º piso,
e nós (eu e minha prima Kátia) logo na primeira noite ouvíamos passos em nossas direções, risos vindo
do mato em frente à casa e, de vez em quando, alguma coisa puxava o lençol da
Kátia.
Relatei o que houve no dia seguinte para a minha tia, e qual não foi a minha
surpresa ao saber que aquilo que aconteceu comigo e com a Kátia não era novidade
alguma e que já havia acontecido com tantas outras pessoas que ali haviam
dormido.
Deixamos o ocorrido para lá e resolvemos aproveitar o dia, que estava com um sol
maravilhoso e convidativo para se fazer uma caminhada para conhecer melhor o
sítio.
Seguimos eu e os meus primos, Ricardo, Anderson e Rodolpho mato adentro,
seguindo o rio para tentar chegar até a sua nascente.
Em um determinado trecho começamos a subir uma rocha muito grande, tipo o 3º andar de um prédio,
ela era escorregadia e só conseguíamos subir com o auxílio de raízes das árvores
próximas a ela. Estávamos quase conseguindo transpor a rocha quando aconteceu.
O Ricardo estendeu a mão para segurar uma raiz quando ela moveu-se, saiu do
lugar, todos nós testemunhamos isso e ficamos assustados, pois Ricardo deslizou
pela rocha até cair próximos às pedras que lá haviam.
Ele deu um grito de dor e disse que tinha cortado o pé e que o corte era muito
profundo.
Tratei de tentar descer para prestar-lhe os primeiros socorros quando
aconteceu novamente.
O galho que eu iria me apoiar movimentou-se e perdi o
equilíbrio, com isso fui rolando rocha abaixo com a minha cabeça indo em direção
às pedras. Com um movimento brusco, consegui girar o corpo e bati com o corpo
próximo ao Ricardo, que sangrava muito.
Conseguimos sair de lá levando o Ricardo nas costas até a casa, e em seguida o levaram ao
hospital da cidade onde ele levou 17 pontos no pé.
Tratei de perguntar mais sobre o sítio para minha tia, mas ela tentava desconversar, no entanto de tanto insistir, ela acabou por me contar mais do que eu queria ouvir.
Ela me disse que havia ainda no sítio roupas do antigo dono e que no dia 17 de
Janeiro deste mesmo ano os meus primos, que adoram uma bagunça, tinham se
apossado de algumas delas e que eles ficavam dando voltas do lado de fora da
casa batendo nas janelas e gritando "Eu sou um fantasma" durante quase toda
tarde daquele dia.
Quando anoiteceu, houve um corte de energia elétrica e todos estavam juntos na
sala quando de repente o Vandinho (um primo meu que tem problemas mentais, e que
seria incapaz de mentir), disse: "Mãe, tem uma moça cantando no rádio" essa
"moça" era nada mais nada menos que Clara Nunes, famosa cantora falecida na
década de 80.
"Como o rádio estaria funcionando sem luz elétrica na casa?"
perguntaram todos.
E nese momento, no 2º piso começaram a se ouvir, primeiramente passos, logo depois
músicas de rituais espíritas e danças, e a escada de madeira começou a bater com
violência na parede, como se alguém estivesse subindo e descendo com grande
velocidade nela.
O meu tio disse "O que está acontecendo aqui! Se eu pegar os
moleques que estão fazendo isso...".
Só que quando ele chegou próximo a janela,
a mesma se fechou com extrema violência.
Aí que ele percebeu que não era coisa
deste mundo, pois ao se afastar, a janela ficava abrindo e fechando ora o seu
lado esquerdo, ora o direito.
Foi quando eles ouviram o 1º estrondo do tambor, e aí tanto a música quanto as
danças aumentaram o ritmo de tal modo que o som estava ensurdecedor.
No 2º
estrondo do tambor, houve um barulho tipo como se tudo, o som, a dança e os
passos fossem tragados para algum lugar e havia ficado somente o silêncio.
Foi
quando o rádio novamente ligou-se e nele uma voz grossa, estranha, dizia: "Hoje,
17 de Janeiro de 1992, 17 de Janeiro, meia-noite" e logo após tudo parou. Cinco
minutos após o fato a luz voltou e todos estavam pálidos de medo.
Mais tarde soube que a data do falecimento do antigo dono era 17 de Janeiro e
que ele era fã da cantora Clara Nunes.
Eu confirmei a história com todos os presentes naquele dia e me disseram que de
vez em quando o meu primo Anderson, quando está dormindo na cama que pertenceu
ao falecido, abaixo dela aparece uma "nuvem negra" que o empurra para fora dela.
Desde que eu saí deste sítio assombrado, fico sempre que posso, buscando mais
relatos que ocorrem nele, pois não são poucos e até hoje, ninguém fica no sítio
na noite do dia 16 para o 17 de Janeiro, pois ninguém tem coragem suficiente
para isso.
Até hoje a minha família mora lá.
Espero que vocês tenham gostado, pois tudo o que foi contado acima realmente
aconteceu.
Quem quiser entrar em contato comigo, o meu e-mail é: andresayajin@ig.com.br
|
Andre Felipe
Rio de Janeiro
- RJ - Brasil |
Contato:
assombracoes@gmail.com |
|